21 março, 2011

Resenha: A Morte do Cozinheiro - Allan Pitz

A primeira coisa que preciso falar é... Essa será a resenha mais difícil que já fiz até agora.
Conheci o livro A Morte do Cozinheiro no ano passado quando muitos blogs estavam fazendo promoções dele, mas como sou viciado em capas, e essa não me chamava nem um pouco atenção, não me interessei em ler.

Até que, assim como Estrela Píer, ganhei o livro através de um sorteio e vendo que o livro era bem pequeno resolvi dar uma chance.

O livro já começa com Luiz, o protagonista/narrador, confessando que matou o cozinheiro Lucas. Inclusive na sinopse isso já é revelado, então o mistério não é saber quem matou e sim como e por quais motivos ele cometeu o assassinato. Ao decorrer das páginas ele tenta justifica seu ato, não com a intenção de se absolver, mas para mostrar o porque ele não sente culpa nenhuma de ter feito o que fez.
"Eu matei o cozinheiro. Em momento algum deste livro negarei que matei o sórdido cozinheiro com minhas próprias mãos de escrever versos"
Luiz Aurélio é um jornalista que se apaixona por Carmem, uma mulher que conheceu em um evento literário. Os dois começam a namorar e depois de um tempo Carmem fica grávida. Mas tudo muda quando ela perde o bebê no quinto mês de gestação. Abalada com a perda e depois de várias brigas ela decide voltar pra casa da mãe, que nunca apoiou o namoro, deixando Lucas em uma profunda depressão.

Um ano após o ocorrido, Luiz reencontra sua amada, só que ela está namorando Lucas, o cozinheiro. Depois de um longo tempo de ciúmes graças ao amor/obsessão que sente por Carmem, (uma dor de cotovelo mais intensa do que a dor de corno descritas nas canções sertanejas), ele resolve seguir em frente com sua vida. Até que começa a receber telefonemas de uma pessoa dizendo que as intenções de Lucas não são tão boas como aparentam.

Até a metade do livro A Morte do Cozinheiro é uma narração interminável e cansativa sobre a dor de cotovelo e o ciúmes exacerbado  no maior estilo Reginaldo Rossi. Isso tudo em forma de prosa. A escrita é rebuscada mas isso não impede que, ao meu ver, as páginas se arrastem até a metade do livro quando temos finalmente o primeiro e breve diálogo (Quando ele recebe o telefonema). Mas é só a partir da página 50, quando a história para de ser apenas lamurias e temos mais diálogos e ação, que a coisa fica mais dinâmica e começa a fluir.


Outro ponto negativo é que por ser um livro de formato 18x11, o visual, e a Diagramação acabam sendo prejudicados. Também não gostei do desenho que tem nas páginas, não que atrapalhe a leitura, é apenas feio.  A capa não tem orelha, o que acaba fragilizando o material (odéio capas sem orelhas). E Por mais que a capa capa condiga com o enredo, achei ela muito feia (até por esse motivo o livro não despertou  minha atenção antes). Mas esses defeitos credito a editora que pelo menos nesse livro (já que não conheço nenhum outro da mesma) não fez um bom trabalho.

Mas vamos falar alguma coisa positiva. É claro que durante a narração temos momentos engraçados, graças as descrições e contestações feitas por Luiz a leitura me rendeu alguns momentos de risada.
"Sujeito asqueroso, rosto indefinido cara de sebo, sem linhagem, boca de rato... Olhos amassados sobre o nariz, olhos mortos de alegria inútil, olhos matáveis sem expressão de homem, sem expressão de rato."
Pág. 29
Sem dúvida a melhor parte do livro é o humor negro.
"...Outro rasgo do outro lado da face. Não era um bom homem? Então deveria mesmo oferecer-me a outra face! Três bocas, duas novas para provar o sal do risoto..."
Pág. 69
Mas infelizmente isso não foi o suficiente para fazer com que eu gostasse do livro. Não estou contestando a capacidade do autor, pois fica claro pela escrita que Allan Pitz é um bom escritor. Mas para mim não funcionou. Pretendo ler um algum dia um outro livro do autor pra tirar esse gosto de decepção que esse acabou sendo.

Avaliação

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