Confesso que romance nunca foi meu gênero preferido, mas acabo dando uma chance dependendo da trama e ambientação. E foi justamente pela ambientação que Taylor Jenkins chamou minha atenção, já que cinema e música são dois assuntos que tenho afinidade.
Logo no início nos deparamos com a fluência (apesar de alguns problemas), a narrativa decorrente da forma jornalística, feminismo/representatividade e uma protagonista de beleza utópica e personalidade complexa que desperta amor e ódio. Elementos comuns entre o este livro e Daisy Jones, primeiro que li da autora.
Taylor Jenkins sabe explorar a atração que a fama pode ter, tanto dentro da própria trama quanto para fisgar a atenção do leitor. Para isso, se inspira em uma Hollywood em época de transição e declínio da era de ouro e Studio System, inspiranda por algumas das maiores estrelas da época, como Merilyn Monroe e Elizabeth Taylor, que também teve sete maridos e vários dos problemas enfrentados pela personagem. A retratação de uma época cheia de glamour, riqueza e frenesi de público e mídia correndo junto com jogos de poder, relações convenientes e falsas aparências, ganha fácil o leitor e se destaca como ponto forte do livro.
A representatividade, a forma com que a violência doméstica, a intolerância quanto a orientação sexual na época e a sutileza ao descrever as cenas mais sexuais, também são assertivas e justificam o motivo pelo qual o livro é tão querido. Uma vez que o leitor tem um “feeling” a mais com tudo que está sendo contado, um apreço por romances e imerso no enredo, passará batido pelas falhas.
Existem acertos e erros dentro dos mesmos aspectos. Seja em narrativa, construção de personagens e debates. E são neles que darei mais ênfase por notar que são pouco explorados nas resenhas.